DIABETES...........
O diabetes está associado a diversas complicações crônicas que podem ser divididas em doenças microvasculares (retinopatia diabética, nefropatia diabética, neuropatia diabética) e doenças macrovasculares (doença arterial periférica, doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral).
A glicação (ligação não-enzimática e não-controlada da glicose à proteínas) nas paredes dos vasos sanguíneos predispõe à liberação de citocinas, levando à aterosclerose, destruição da estrutura e alteração da composição vascular.
Sendo assim, é essencial o tratamento da doença que pode ser dividido em intervenções medicamentosas (antidiabéticos orais e/ou insulinoterapia) e não-medicamentosas, onde o exercício físico exerce papel fundamental.
Contudo, ao contrário do que se prega muitas vezes, não é necessário alto volume de treinamento para que diversas adaptações clínicas e funcionais associadas à melhora do quadro possam ser conquistadas.
Little et al. (2011) avaliaram os efeitos do baixo volume do treino intervalado na regulação da glicose e capacidade metabólica do músculo esquelético em diabéticos tipo II.
A duração de cada sessão foi de 25 minutos. Após 2 semanas de treinamento, já foi houve redução significativa na glicemia de 24 horas, aumento significativo na atividade da enzima citrato sintase (enzima do ciclo de Krebs), aumento do conteúdo protéico de GLUT-4 (transportador de glicose) em cerca de 369%.
Os resultados indicam que baixo volume de treinamento pode melhorar rapidamente o controle glicêmico e induzir adaptações músculo-esqueléticas que estão ligadas à melhoria da saúde metabólica.
Jeppesen et al. (2015) verificaram o impacto do treino intervalado sobre a glicemia de jejum, o teste oral de tolerância à glicose, hemoglobina glicada, sensibilidade à insulina, VO2 máx e gordura abdominal em diabéticos tipo II.
A duração de cada sessão foi de 30 minutos (3x sem) durante 8 semanas.
Os resultados demonstraram diminuição significativa na glicemia de jejum, na hemoglobina glicada, redução da glicemia no teste oral de tolerância à glicose, diminuição do HOMA-IR (aumento da sensibilidade à insulina) e redução de 17,84% na gordura abdominal (medido pelo DEXA).
Referências:
Jeppesen PB et al. High Intensity Interval Training Improves Glycaemic Control and Pancreatic β Cell Function of Type 2 Diabetes Patients. PLoS One. 2015 Aug 10;10(8):e0133286.
Little et al. Low-volume high-intensity interval training reduces hyperglycemia and increases muscle mitochondrial capacityin patients with type 2 diabetes. J Appl Physiol 111: 1554–1560, 2011.
ESCRITO PELO PROFESSOR RAPHAEL CARVALHO.


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