quarta-feira, 23 de dezembro de 2015


O treinamento contra resistência com pesos (TCRP) vem ganhando espaço na literatura relacionada à saúde preventiva e como tratamento não medicamentoso pela sua reação em relação as suas finalidades e resultados. Dentre elas se destacam o tratamento e profilaxia de patologias e lesões (musculares, articulares e ósseas), preparação física para o aumento do desempenho em modalidades esportivas, melhoria na estética corporal, além das competições de levantamento de pesos e fisiculturismo.
Nas últimas décadas observou-se um aumento assustador no sedentarismo e obesidade dos indivíduos, em que o sedentarismo manifesta-se como o principal autor de doenças degenerativas graves. Outra consequência é a diminuição dos níveis de força muscular, devido a menor realização de esforços físicos com predomínio desta capacidade física consequentemente perca de massa muscular e óssea.
As propostas de TCRP veem para minimizar estes efeitos deletérios diminuindo desta maneira o excesso de gordura corporal e o baixo desenvolvimento muscular, fatores estes que aumentam a incidência de disfunções crônico-degenerativas.
Estudos têm investigado o TRCP como o maior exercício físico em potencial para modificações nos diferentes tipos de composição corporal: tecido muscular e tecido adiposo.
Modificações positivas nestas composições corporais apresentam melhorias nos níveis de saúde em geral, além de uma melhoria na aparência estética e melhora da autoestima. Estas modificações ocorrem em indivíduos de diferentes faixas etárias e ambos os gêneros, quando prescritas corretamente para cada individualidade biológica.
Estudos recentes apontam o PÓS-TCRP, alinhado com uma alimentação especifica para cada indivíduo, como um fator principal na oxidação de gordura corporal e hipertrofia muscular, que perduram de 36 a 48 horas após a prática do exercício. Alguns estudos observaram que um treinamento com frequência de três vezes por semana, durante vinte semanas, numa intensidade entre 70-80% de uma repetição máxima, e repetições entre 6 e 12, os indivíduos tiveram um aumento médio de 1,8kg de massa corporal magra e uma diminuição de 1,3kg de tecido adiposo.
O TCRP provoca adaptações em que dependente da intensidade e volume do treinamento os resultados melhoram progressivamente. Dentre estas adaptações, a primeira a acontecer é o aumento de força muscular, devido a sincronização no recrutamento de unidades motoras onde posteriormente este aumento passa a ser dependente do aumento da secção transversal do músculo. Outro componente observado é o tecido ósseo onde o TCRP auxilia na manutenção, preservação e aumento da densidade e do conteúdo mineral ósseo.
Para que se inicie um programa de TCRP, independente do objetivo maior faz necessária uma junção de avaliações para que a periodização e prescrição dos exercícios possam ser realizadas.

Prof.º Esp.ª Fernando Dorigan
Coordenador do ICADE Brasil.

Referências:
• European Journal of Applied Physiology, v.89, n.6, p.555–563, 2003
• International Journal of Obesity and Related Metabolic Disorders, v.18, n.1, p.35-40, 1994.
• The Journal Strength Conditioning Research, v.18, n.1, p. 48-52, 2004.
• The Journal of Strength and Conditioning Research, v.18, n.3, p.730–737, 2004.
• American Society for Clinical Nutrition. 70:346–52, 1999.
• McMaster University, Appl. Physiol. Nutr. Metab, 2013.


POR: PROF.º RAPHAEL CARVALHO


O treinamento físico é de fundamental importância para as pessoas com doenças cardiovasculares (doença arterial coronariana), contudo, poucos são os profissionais que se capacitam para atuar de forma criteriosa e responsável com essa população. 

Para o tratamento das doenças cardiovasculares é necessário que o treinamento promova adaptações fisiológicas (como o aumento do VO2máx) que estão associadas à melhora do quadro clínico, funcional e saúde.

É importante salientar que o VO2 máx é uma variável fisiológica associada à saúde cardiovascular, melhora da qualidade de vida e redução da mortalidade.

Contudo, qual é a intensidade do treinamento mais eficaz para promover essas adaptações fisiológicas???? Alta ou Baixa intensidade???

A meta-analise publicada em 2015 e uma publicada em 2014 trouxeram grandes contribuições sobre o tema.

A meta-análise de Pattyn et al (2014) envolveu 206 pacientes com doença cardiovascular e demonstrou maiores aumentos do VO2 máx após treinamento intervalado de alta intensidade (↑ 20,5%) comparado ao treinamento contínuo de moderada intensidade (↑ 12,8%).

A meta-análise de Elliot et al (2015) envolveu 229 pacientes com doença cardiovascular (doença arterial coronariana) e verificou que o treinamento de alta intensidade (Intervalado) promove maiores aumentos no VO2 máx e Limiar Anaeróbio comparado ao exercício de moderada intensidade (Contínuo).

Contudo, ainda surgem dúvidas se o treinamento de alta intensidade promoveria “prazer” em ser praticado. As aspas foram colocadas porque o treinamento é desconforto, desajuste, desequilíbrio ao organismo, sendo assim, o prazer não é na hora, mas sim, após a sessão de treino.

O estudo de Jung et al (2014) comparou através de uma Escala de Prazer a realização de 3 protocolos de treinos na bicicleta (watts):

- Contínuo de moderada intensidade (40min a ~ 40% da potência pico).
- Contínuo de alta intensidade (20 min a ~ 80% da potência pico).
- Intervalado de alta intensidade (1 min a 100% da potência pico por 1 min de recuperação a 20% da potência pico. Tempo total foi de 20 min de treino).

Os resultados demonstraram que o treino Intervalado foi mais prazeroso (avaliado pós-exercício) e teve maiores resultados quanto à Preferência pela Modalidade de Exercício e Intenção para Prática.

Referências:
Elliott AD et al. Interval training versus continuous exercise in patients with coronary artery disease: a meta-analysis. Heart Lung Circ. 2015 Feb;24(2):149-57.


Jung ME et al. Where does HIT fit? An examination of the affective response to high-intensity intervals in comparison to continuous moderate- and continuous vigorous-intensity exercise in the exercise intensity-affect continuum. PLoS One. 2014 Dec 8;9(12):e114541.

Pattyn N et al. Aerobic interval training vs. moderate continuous training in coronary artery disease patients: a systematic review and meta-analysis. Sports Med. 2014 May;44(5):687-700.




ICADE – Instituto de Capacitação Desportiva do ChileA importância da capacitação e formação do profissional de Educação Física: você já procurou saber qual o profissional que prescreve seus treinos?


Nos dias atuais temos uma população média no Brasil de 205.188.000 (dados atualizados no dia 08 de dezembro de 2015, IBGE), ou seja, a cada 19 segundo nasce um brasileiro, pasmem!
Pensando neste montante, uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2012 constatou que 80% dos brasileiros são sedentários, em que segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde, 2012), 64% destes brasileiros estão com sobrepeso ou já em grau de obesidade (lembrando sempre que para avaliar o sobrepeso e obesidade é necessária aferição do percentual de gordura corporal com protocolos específicos e aparelhos fidedignos. A avaliação da quantidade de gordura intra-abdominal é a mais importante dentre elas).
Para que se tenha um parâmetro do caos de nossa população, dos 64% de brasileiros acima do percentual de gordura ideal, 10% das mortes causadas por doenças cardíacas, 14% das mortes causadas por diabetes, 14% das mortes causadas por câncer de mama (sim a obesidade provoca o câncer de mama!), 15% das mortes causadas por câncer de colón de intestino (OMS, 2012).
Com todos estes dados citados acima, pensamos: mas com um numero enorme de academias, parques, pistas de corridas, etc..., tudo que nos propicia uma prática de exercícios físicos, porque temos esta população doente? (o sedentarismo e a obesidade são considerados DOENÇA pela OMS desde 2012).
Vamos por partes. A primeira é a falta de tempo, a segunda é o não gostar de treinar em academia, a terceira é o indivíduo não procurar uma orientação de um profissional de Educação Física e a quarta e mais assustadora é, A MAIORIA DOS PROFISSIONAIS NÃO SABEM PRESCREVER TREINAMENTOS ESPECÍFICOS PARA CADA INDIVÍDUO! (pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo).
O que vemos é um montante de Profissionais se preocupando com seu próprio ego e prescrevendo para seus clientes exercícios impróprios para sua individualidade biológica! Vemos também indivíduos que acompanham prescrições e redes sociais totalmente incorretas e errôneas. Profissionais que “colam” prescrição de treinamentos de redes sociais e reproduzem a seus clientes. Outros profissionais da Saúde prescrevendo exercícios para seus pacientes...como? Se este profissional não sabe o básico de Fisiologia do Exercício, Cinésiologia e Biomecânica!!!!! Vemos profissionais inventando exercícios escrupulosos que em curto prazo não acarretará nenhum problema (espero!), mas a longo prazo o individuo com certeza terá um prejuízo geral ao seu corpo.
Enfim, vemos a cada dia que a FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO DO PROFISSIONAL QUE CUIDA DE SUA SAÚDE TÊM QUE SER CONTINUA E PROGRESSIVA. Sempre que procurar um PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA procure primeiro saber de seu currículo, tanto na experiência quanto na ciência, pois este profissional nunca poderá parar de estudar.
Nós, eu me incluo nisto, PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA, temos a obrigação de saber o básico de prescrição de treinamentos para obesos, diabéticos, cardiopatas, enfim devemos cuidar, como uma opção não medicamentosa destes indivíduos que buscam qualidade de vida. Se você é um daqueles que apenas prioriza a estética, mal sabe que ela é apenas uma soma de vários outros fatores.
É por isso que o ICADE Brasil está através de curso de capacitação habilitando profissionais interessados em qualificar seu trabalho para seu futuro.
“ANTES DE INICIAR QUALQUER EXERCÍCIO FÍSICO, CONSULTE UM PROFISSIONAL ESPECIALIZADO E CAPACITADO A PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS”

PROF.º ESPª. FERNANDO DORIGAN
DIRETOR EDUCATIVO DO ICADE INTERNACIONAL
COORDENADOR DO ICADE BRASIL

MAIORES INFORMAÇÕES PARA CURSOS E PALESTRAS: icadebrasil@gmail.com



Diagnosticar os aspectos maturacionais e funcionais da criança e do adolescente para a prática de exercícios físicos, é de fundamental importância para o desenvolvimento e prevenção primária a saúde e qualidade de vida futura.
Nesse sentido, torna-se importante as avaliações das respostas fisiológicas que ocorrem besta faixa etária, levando em consideração a influência da maturação sobre tais respostas.
Sabemos que em pessoas adultas alterações estruturais a nível celular ocorrem como uma resposta ao processo de adaptação do estresse causado pelo exercício.
Em crianças e adolescentes, modificações ocorrem até que atinjam o estágio de maturidade, as quais podem ser maiores que as próprias adaptações causadas por um programa de exercícios.
As principais características do ser humano, no decorrer de sua vida são o crescimento, desenvolvimento e maturação.
O crescimento pode ser definido como um aspecto quantitativo biológico, como, por exemplo, centímetros por ano, gramas por dia, etc, resultados de processos biológicos em que o indivíduo se torna maior.
O desenvolvimento define-se por mudanças graduais, em que se destacam os aspectos físicos, mental e emocional.
Já a maturação significa o pleno desenvolvimento, a estabilização do estado adulto resultante do crescimento e desenvolvimento.
A maturação biológica alcança níveis intensos durante a puberdade, onde devido à transformação das gônodas dos órgãos, surgem as características sexuais secundárias consequentemente mudanças na composição corporal e o desenvolvimento do sistema cardiorrespiratório.
Diante destes conceitos, desvendamos a razão pelo qual indivíduos da mesma idade apresentam desempenhos diferenciados nos exercícios e no desporto em geral entre os nove e dezessete anos de idade: “IDADE CRONOLÓGICA E IDADE BIOLÓGICA”.
Idade cronológica é iniciada na vida pré-natal (da concepção a oitava semana do nascimento). Primeira infância (1 mês a 24 meses do nascimento). Segunda infância (24 meses a dez anos). Adolescência (10-11 anos a 20 anos). Adulto jovem (20 a 40 anos). Adulto de meia idade (40 a 60 anos) e adulto mais velho (acima de 60 anos).
Já a idade biológica corresponde à idade determinada pelo nível de maturação de diversos órgãos que compõe o individuo. Esta avaliação pode ser feita através da idade mental, óssea, morfológica, neurológica, dental e sexual.
Tornando-se lucido estes conhecimentos sobre o individuo em crescimento geral, citamos um erro metodológico muito grande diante dos PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE E DE TREINADORES DE DESPORTOS, em realizar a divisão de desportos e programas de exercícios pela IDADE CRONOLÓGICA, sendo um caminho desastroso para o individuo e para o desporto em geral.
Concluindo, a determinação da idade biológica se apresenta como um parâmetro dos mais importantes para a prescrição de exercícios para crianças e adolescentes possibilitando desta maneira distinguir as adaptações morfológicas e funcionais resultantes de um programa de treinamento e exercícios.
Aceitar a individualidade e variabilidade individual biológica em que ocorrem estes processos é de suma importância para o planejamento e prescrição de programas de exercícios voltados par ao desporto e para essa população que estão em pleno conhecimento da vida.

Prof.º Esp.ª Fernando Dorigan
Coordenador do ICADE BRASIL

Maiores informações e Palestras : icadebrasil@gmail.com

Referências:

1. ARAÚJO, C.G.S. Fundamentos biológicos: medicina
desportiva. Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico, 1985.

2. ASTRAND, P.O. Crianças e adolescentes: desempenho,
mensurações, educação. Revista Brasileira de
Ciência e Movimento, v.6, n.2, p.59-68, 1992.

3. BARBANTI, V.J. Dicionário de educação física e do
esporte. São Paulo, Manole, 1994. p.75

4. BAR-OR, O. Pediatric sports medicine for the
practitioner. New York, Springer Verlag, 1983.
___. Trainability of the prepubescente child. The
Physician and Sports Medicine, v.17, n.5, p.65-82,
1989.


Mais um Seminário realizado no Chile

DATA: 19/12/2015