quarta-feira, 26 de abril de 2017

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terça-feira, 22 de março de 2016

PSICOLOGIA DO ESPORTE


Foi realizado no dia 13/03/2016 a palestra sobre Psicologia Aplicada ao Obeso no Treinamento, ministrada pela Psicóloga do Esporte Mariana Vanucci Tomazini, com supervisão do ICADE Brasil e Icade Internacional coordenado pelo Professor Fernando Dorigan.
Á todos que estiveram presentes, nossos sinceros agradecimentos por acreditar em nosso trabalho.




quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

ARTRITE REUMATÓIDE NO IDOSO:  TREINAMENTO CONTRA RESISTÊNCIA COM PESOS COMO UMA FORMA DE MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA

Por: Prof.º Esp.ª Fernando Dorigan

A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória, crônica, autoimune, sistêmica e progressiva. Atinge aproximadamente 0,5% a 1% da população mundial e predomina de duas a três vezes mais no sexo feminino. No Brasil, foi encontrada prevalência de até 1% na população adulta, estimando-se em 1.300.000 o número de pessoas acometidas, em que afeta com mais prevalência os indivíduos entre 40-60 anos.
Os sintomas mais frequentes de pacientes com AR são dores e inflamação advindo da doença, em que os pacientes acometidos pela doença também apresentam problemas psicológicos, como ansiedade e depressão.
Estudos demonstram que a evolução da AR está relacionada com a evolução e ou aumento da ansiedade e depressão nos indivíduos, com uma prevalência de 13% a 47%, sendo que estes transtornos são três vezes mais prevalentes em portadores de AR.
A reação inflamatória da AR seria desencadeada pela apresentação de um antígeno à um linfócito sinovial (LS) e a produção de mediadores inflamatórios como, interleucinas e citocinas.
Linfócios T CD4 positivos ou LS, são capazes de produzir citocinas, atraindo e ativando macrófagos, em que, por sua vez, produzem citocinas de processo inflamatório como interleucina (IL) 1 e fator de necrose tumoral (TNF). Além destas citocinas, outras também ajudam a manter o processo inflamatório como, fatores de crescimento, sinoviócitos, fibroblastos e células endoteliais. Outros estudos também demonstram a participação dos linfócitos B e a deficiência de inibidores de de citocinas (IL1, IL2 e TNF).
Em resposta a inflação tissular, a membrana sinovial sofre modificações (HIPERTROFIA E HIPERPLASIA) das células sinoviais e extensa neoangiogênise.
As citocinas e fatores de crescimento produzidos durante o processo inflamatório, como o fator derivado de plaquetas (PDGF), fator de crescimento de fibroblastos (FGF) e o fator de transformação de crescimento beta (TGF-beta) facilitam o influxo de células inflamatórias adicionais. Forma-se um infiltrado linfocitário proeminente, podendo estabelecer-se verdadeiros folículos linfoides, ricos em linfócitos T e plasmócitos, surgindo assim, a partir da membrana sinovial, o pannus – tecido granulomatoso com características tumorais, capaz de invadir e destruir os tecidos cartilaginoso e ósseo e responsável pela extensa destruição articular frequentemente observada na AR.

As propriedades destrutivas do pannus são relacionadas à produção de metaloproteinases de matriz (MMP) e outras enzimas que são capazes de degradar colágeno e proteoglicanos. Os neutrófilos mostram tendência à compartimentalização na artrite reumatoide, constituindo a maior parte do componente celular do líquido sinovial. Os neutrófilos são atraídos para o líquido sinovial por citocinas produzidas pelo tecido sinovial, sendo as mais importantes o fator de crescimento (TGF) beta e a IL-8, além dos clássicos fator C5a do complemento e leucotrieno B4. Como resultado, observa-se acúmulo de proteinases ativadas e metabólitos do oxigênio que contribuem para o processo.

A principal deficiência funcional de pacientes com AR é a diminuição da qualidade de vida. Esta qualidade de vida engloba todos os aspectos da vida humana, inclusive as dimensões física.
Para isso a terapia com exercícios contra resistência com pesos é fundamental para a preservação do movimento, restauração do movimento perdido, aumento de força e resistência estática, aumento da resistência dinâmica, melhora da sensação de bem estar, e promoção da resistência cardiovascular.
A hipertrofia muscular é um fator primordial para a proteção da articulação inflamada, corrigindo e prevenindo desta maneira a perda e ou limitação do movimento articular, a atrofia e fraqueza muscular e a instabilidade das articulações.
Pacientes com AR exibem atrofia das fibras musculares tipo I e II, o que é exigido da musculatura relacionada com uma articulação artrítica é que ela efetue breves atividades de pressão dinâmicas ou estáticas, essenciais a funções básicas tais como levantar uma xícara de chá, levantar-se ou sentar-se, etc. Estas são basicamente funções de “levantamento de peso” associadas com atividades musculares do tipo II (glicolíticas, anaeróbicas) que são capazes de contrações resistivas fortes e curtas. Essas fibras são fortalecidas preferencialmente por contrações isométricas.
Programas de fortalecimento com pesos podem ser estáticos ou dinâmicos, ou uma combinação de ambos. Estes levam à hipertrofia da fibra muscular e melhoram a força e a função articular em pacientes com AR. Os exercícios isométricos ajudam a prevenir a atrofia muscular; eles também produzem menos inflamação e menos alteração na pressão intra-articular do que outras formas ou exercício de resistência. Exercícios isométricos deve ser prescritos na fase inicial e ou inflamatória, em que quando esta diminuir, poderá ser prescrito exercícios de contrações em diversas angulações.
Estudos atestaram que o treinamento contra resistência com pesos, ao contrário da fisioterapia convencional, aumenta a massa muscular, a força muscular máxima e os estímulos neurais em indivíduos com AR. A ativação neuromuscular em exercícios terapêuticos convencionais versus exercícios contra resistência com pesos, diagnosticou e chegou à conclusão de que os exercícios convencionais produzem ativação neuromuscular abaixo dos 40- 60% necessários para estimular o ganho de força muscular.
O treinamento contra resistência com pesos parece capaz de modular, na vigência de um quadro inflamatório crônico anormal, a expressão de citocinas pró-inflamatorias, moléculas de adesão solúveis e fatores quimioatratantes. A utilização do treinamento com pesos em que o paciente mantém um consumo de 70% VO2pico, durante seis meses, foi capaz de atenuar a expressão local aumentada de citocinas pró-inflamatórias (TNF-α, IL-1β, IL-6) no músculo estriado esquelético. Ainda, alguns estudos têm demonstrado alterações na concentração plasmática de IL-10 e IL-ra (receptor antagonista para IL-1) após o exercício contra resistência com pesos de alta intensidade, condição a qual pode contribuir ao milieu anti-inflamatório, e dessa forma, ser um importante mediador dos efeitos anti-inflamatórios do treinamento físico. A IL-10 pode atuar em diferentes tipos celulares e induz a supressão da resposta inflamatória nos mais variados tipos celulares. Além disso, essa citocina tem sido postulada como a principal molécula responsável pelo "orquestramento" de reações inflamatórias, em particular a inibição das alterações mediadas pelo TNF-α
Em outra investigação, estudos compararam os efeitos clínicos de exercícios com alta resistência (60% de 1 RM) e de exercícios com baixa resistência (10% de 1 RM) em pacientes com osteoartrite de joelhos. A carga era reavaliada a cada duas semanas. Os autores não encontraram resultados diferentes estatisticamente em relação a ganhos de força e função. Também foi investigado o ganho de força muscular através do treinamento com exercícios de alta (90%), média (70%) e baixa (50%) intensidade. A carga era reavaliada a cada duas semanas. Os autores concluíram que o maior ganho de força ocorreu no grupo que recebeu treinamento com exercícios de alta intensidade.
Em outros estudos, pacientes foram instruídos a realizar exercícios em máquinas para membros superiores e membros inferiores com três séries de oito repetições, duas vezes por semana, durante 12 semanas, com carga de 80-85% de 1 RM. A cada duas semanas a RM era reavaliada. Os autores concluíram que esse tipo de treino é viável e seguro para pacientes com doença controlada e mostrou ganhos na força, diminuição da dor e fadiga, sem exacerbação da atividade da doença.
Diante destas considerações, podemos colocar que a prescrição do treinamento contra resistência com pesos para pacientes com AR como forma de tratamento não medicamentoso e para uma melhora em funções físicas e qualidade de vida, deve ser executado de forma progressiva, desta forma implicando na da padronização e individualização dos protocolos de prescrição do treinamento para que os resultados do tratamento sejam otimizados e, mais que isso, para que esses protocolos possam ser reproduzidos em estudos futuros.

Referências:

EKDAHL, C.; Anderson, S.I.; Moritz, U; Svensson, B. Dynamic versus static training in patients with rheumatoid arthritis. Scand J. 19:17-26,1990.
FEIGENBAUM. M; Pollock, M. Prescription of resistance training for health and disease. Med Sci. Sports exerc., 31:12-17,1999. FIATORE, M.A. physical activity and functional independence in agin. Res. Q. exerc. sport.,67(suppl 3):70,1996.
GERBER, L.H. exercise and arthritis. Bull rheum dis 39:1-9,1990. GOLDING, Douglas N. Reumatologia em Medicina e Reabilitação. São Paulo, Atheneu, 1991.
HÄKKINEN, A.; SOKKA, T.; KOTANIEMI, A; HANNONEN, P. A randomized two-year study of the effects of dynamic strengh training on muscle strengh, disease activity, functional capacity and hone mineral density in early rheumatoid arthritis. Arthritis Rheum, 44(3):515-522, 2001.
SHARP, J.T. et al. Treatment with leflunomide slows radiographic progression of rheumatoid arthritis. Arthritis Rheum., 43(3):495-505, 2000 SATO, E.I.; Shichikawa, K; Atra, E.; et al: Estudo da prevalência da artrite reumatóide em população de origem japonesa em Mogi das Cruzes, São Paulo. Rev. Bras. Rheumatol, 30:133- 136,1990.
Munneke M, Jong Z, Zwinderman AH et al. High intensity exercise or conventional exercise for patients with rheumatoid arthritis? Outcome expectations of patients, rheumatologists, and physiotherapists. Ann Rheum Dis 2004; 63:804-8.
Graves JE, Franklin BA. Treinamento Resistido na Saúde e Reabilitação. Rio de Janeiro: Revinter, 2006.
Taylor NF, Dodd KJ, Damiano DL. Progressive resistance exercise in physical therapy: a summary of systematic reviews. Phys Ther 2005; 85:1208-23.
Andersen LL, Magnusson SP, Nielsen M, Hallem J, Poulsen K, Aagaard P. Neuromuscular activation in conventional therapeutic exercises and heavy resistance exercises: implications for rehabilitation. Phys Ther 2006; 86(5):683-97.




quinta-feira, 7 de janeiro de 2016


Sindrome da Fibromialgia (SFM) é caracterizada por dor crônica generalizada que leva à redução da função física. Dores difusas envolvendo músculos, tendões e ligamentos fazem com que o paciente com SFM tenha múltiplas dores pelo corpo e se sente constantemente exaurido. Os critérios diagnósticos da síndrome da fibromialgia  foram estabelecidos em 1990, pelo Colégio Americano de Reumatologia (CAR). Esses critérios incluem dor difusa e crônica por pelo menos três meses e a presença de 11 dos 18 tender points, dolorosos à pressãode aproximadamente 4 kgf1.
Cerca de 2% da população jovem e 8% da população idosa são portadores desta doença. A maior parte dos casos de fibromialgia inicia-se entre os 30 e 55 anos.
A associação da SFM com outras síndromes de natureza funcional é uma constante, e pode-se citar, entre elas, a ansiedade. Estes quadros de ansiedade influenciam negativamente os pacientes com SFM e estão frequentemente associados aos sintomas de dor crônica.
A ansiedade é definida como um estado emocional com componentes psicológicos e fisiológicos que fazem parte da normalidade das experiências humanas, sendo propulsora no desempenho. Ela passa a ser patológica quando é desproporcional à situação que a desencadeia, ou quando não existe um objeto específico ao qual se direcione.


A exposição ao estresse do cérebro num estado emocional traumático, resulta em amígdala hiperfuncionante, redução da ati­vidade do hipocampo com retroalimentação negativa alterada em receptores glicocorticoides, sistema meso­corticolímbico dopaminérgico hipofuncionante e hipera­tivação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA). O “estresse de vida” leva a modificações duradouras no cérebro, com alte­ração de neurotransmissores e hormônios que modulam os processos de desenvolvimento de migração neuronal, diferenciação, proliferação sináptica que podem afetar o cérebro.


As alterações do eixo HPA contribuem para alterações na neurotransmissão das vias serotoninérgicas e noradrenérgicas, que estão intimamente ligadas ao de­senvolvimento dos sintomas depressivos e dolorosos. A presença das vias serotoninérgicas e noradrenérgicas na via descendente inibitória da dor promove uma mo­dulação da percepção dolorosa. Caso a depressão tenha causado um decréscimo destes neurotransmissores, ha­verá, então, diminuição na inibição da dor mediada pela via espinhal, levando a uma maior percepção dolorosa.

As alterações em neuroimagem demonstram que a dor crônica é acompanhada de redução da densidade da mas­sa cinzenta no córtex pré-frontal dorsolateral bilateral­mente e no tálamo direito

Indivíduos com SFM apresentaram níveis mais altos de ansiedade estado e ansiedade traço. Em estudos verificou-se que pacientes com SFM possuíam níveis de ansiedade mais altos do que pacientes com dor neuropática.

Um estudo realizado recentemente, no qual foi monitorado o nível de exercícios físicos de indivíduos com SFM, observou-se que esses indivíduos apresentaram níveis reduzidos de exercícios quando comparados com indivíduos saudáveis, esse fato pode ser explicado por duas possíveis hipóteses: presença de dor ou tentativa de evitar o agravamento dos sintomas da SFM, ou seja, medo de se exercitar, tornando o indivíduo cada vez mais sedentário e ou inativo.

Há um esforço crescente para se combater os males causados pela dor crônica da SFM e sedentarismo por meio de intervenções não farmacológicas.

O treinamento de contra resistência com pesos é uma forma não medicamentosa de tratamento da SFM com a intenção de melhorar a força muscular, resistência muscular, sintomas de dores, ou uma combinação destes (sono não restaurador, sindrome de cólon irritável, cefaléia, edema subjetivo, sindrome uretral, dentre outras). A prescrição correta dos exercícios, é uma forma de controlar os sintomas.


80% dos pacientes com SFM apresentam valores de volume de oxigênio (VO²Max.) abaixo dos níveis médios. Algumas pesquisas concluiram que pacientes com SFM apresentam valores mais baixos de VO²Max e do limiar anaeróbio com relação a indivíduos sedentários normais. Ainda sobre os pacientes com FSM, a maioria, 86% apresentam aptidão física muito fraca segundo a Associação Americana de Cardiologia, apoiada pelo Centro de Medicina Física Desportiva.

Baseado nestes estudos prévios pode-se considerar o nível de condicionamento físico como fator envolvido na físiopatogênise da SFM e que a modulação da dor pode ser alcançada pelo treinamento contra resistência com pesos.

A contração voluntária máxima em pacientes com SFM foram examinadas em diversos estudos. A ativação central de unidades motoras aumenta a resposta neuromuscular durante e pós exercícios contra rsistência com pesos, aumentando desta maneira a força muscular e auto-regulação de neurohormônios e ou neurotransmissores até 72 horas pós exercício.

Treinamentos contra resistência com pesos com intensidade entre 65%-80% de 1RM demonstram um aumento na capacidade oxidativa e da função mitocondrial, mediado pela PGC1-a (proteína que leva a biogênese mitocondrial). A ativação da PGC1-a ocorre por diversos mecanismos, como o aumento da AMPK (proteína que é ativada pela redução do ATP e glicogênio muscular), cálcio liberado do retículo sarcoplasmático e a p38MAPK, sendo assim, o exercício que gerar maior stress fisiológico de degradação de ATP e glicogênio levará ao maior aumento da atividade da AMPK, que recrutar maior número de unidades motoras (maior quantidade de cálcio liberado do retículo sarcoplasmático) e promover maior fosforilação da p38MAPK é o treino que levará a maior ativação do PGC1-a e aumento de mitocôndrias.

Um aumento significativo também foi observado num aumento do diâmetro transversal do musculo (hipertrofia tensional) em que se verifica a importância dessa massa muscular para a capacidade aeróbia.

Phillips em 2006 analisou o efeito do treinamento contra resistência com pesos sobre a enzima Hexoquinase (Glicólise) e enzimas mitocondriais Citrato Sintase (Ciclo de Krebs) e HAD-beta (Beta-oxidação).
As enzimas Citrato Sintase e HAD-beta são marcadores da capacidade oxidativa e também estão envolvidas no processo de emagrecimento, visto que, a oxidação de gorduras envolve atividades enzimáticas da Beta-Oxidação, do Ciclo de Krebs e Cadeia Transportadora de Elétrons.
A hipertrofia muscular promoveu aumento da atividade da Citrato Sintase (Ciclo de Krebs) em 24%, da HAD-beta (Beta-oxidação) em 22% e da Hexoquina (Glicólise) em 42%.
Sendo assim, em treinamento contra resistência com pesos de alta intensidade (80% 1RM, 3x/semana, cerca de 30 min por sessão), testes de desempenho funcional aumentaram em 18% nos escores de força de membros superiores e 23% de membros inferiores, aumento da resistência muscular em 26%, aumento do equilíbrio e coordenação em 29% e aumento em 15% da distância percorrida no teste de caminhada de 6 minutos (aumento da capacidade aeróbia).

O tratamento não medicamentoso, através do treinamento contra resistência com pesos, feito preferêncialmente com uma equipe multidisciplinar, tem como objetivo reduzir a dor e a fadiga, melhorar a qualidade do sono e outros sintomas relacionados a SFM.
Concluímos então que estes exercícicos são uteis no controle da SFM em curto prazo, em que os indivíduos portadores desta sindrome, através do treinamento contra resistência com pesos consegue aumentar sua força máxima dinâmica e isométrica, sua capacidade aeróbia, diminuindo desta forma o impacto da SFM no sistema neuromuscular na percepção dos sintomas e na capacidade funcional. 

Prof.º Esp.ª Fernando Dorigan

Referência:
Phillips SM et al. Increased muscle oxidative potential following resistance training induced fibre hypertrophy in young men. Appl Physiol Nutr Metab. 2006 Oct;31(5):495-501.
Kraemer WJ, Ratamess NA, Young D, Pangrazi RP, Ainsworth B: President’s
Council on Physical Fitness and Sport. Progression and resistance
training. Research Digest 2005, 6:18.
Wolfe F, Smythe HA, Yunus MB, et al. The American College of Rheumatology criteria for the classification of fibromyalgia: report the multicenter criteria committee. Arthritis Rheum. 1990;33(2):160-72.

Friedrich M, Hahne J, Wepner F. A controlled examination of medical and psychosocial factors associated with low back pain in combination with widespread musculoskeletal pain. Phys Ther. 2009;89(8):786-803.

MANNERKORPI, K. et al. Pool exercise combined with an education program for patients with fibromyalgia syndrome: a prospective, randomized study. The Journal of Rheumatology, [S.l.], v. 27, n. 10, p. 2473-2481, 2000.

McLOUGHLIN, M. J. et al. Are women with fibromyalgia less physically active than healthy women?. Medicine and Science in Sports and Exercise, United States, v. 43, n. 5, p. 905-912, 20

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015


O treinamento contra resistência com pesos (TCRP) vem ganhando espaço na literatura relacionada à saúde preventiva e como tratamento não medicamentoso pela sua reação em relação as suas finalidades e resultados. Dentre elas se destacam o tratamento e profilaxia de patologias e lesões (musculares, articulares e ósseas), preparação física para o aumento do desempenho em modalidades esportivas, melhoria na estética corporal, além das competições de levantamento de pesos e fisiculturismo.
Nas últimas décadas observou-se um aumento assustador no sedentarismo e obesidade dos indivíduos, em que o sedentarismo manifesta-se como o principal autor de doenças degenerativas graves. Outra consequência é a diminuição dos níveis de força muscular, devido a menor realização de esforços físicos com predomínio desta capacidade física consequentemente perca de massa muscular e óssea.
As propostas de TCRP veem para minimizar estes efeitos deletérios diminuindo desta maneira o excesso de gordura corporal e o baixo desenvolvimento muscular, fatores estes que aumentam a incidência de disfunções crônico-degenerativas.
Estudos têm investigado o TRCP como o maior exercício físico em potencial para modificações nos diferentes tipos de composição corporal: tecido muscular e tecido adiposo.
Modificações positivas nestas composições corporais apresentam melhorias nos níveis de saúde em geral, além de uma melhoria na aparência estética e melhora da autoestima. Estas modificações ocorrem em indivíduos de diferentes faixas etárias e ambos os gêneros, quando prescritas corretamente para cada individualidade biológica.
Estudos recentes apontam o PÓS-TCRP, alinhado com uma alimentação especifica para cada indivíduo, como um fator principal na oxidação de gordura corporal e hipertrofia muscular, que perduram de 36 a 48 horas após a prática do exercício. Alguns estudos observaram que um treinamento com frequência de três vezes por semana, durante vinte semanas, numa intensidade entre 70-80% de uma repetição máxima, e repetições entre 6 e 12, os indivíduos tiveram um aumento médio de 1,8kg de massa corporal magra e uma diminuição de 1,3kg de tecido adiposo.
O TCRP provoca adaptações em que dependente da intensidade e volume do treinamento os resultados melhoram progressivamente. Dentre estas adaptações, a primeira a acontecer é o aumento de força muscular, devido a sincronização no recrutamento de unidades motoras onde posteriormente este aumento passa a ser dependente do aumento da secção transversal do músculo. Outro componente observado é o tecido ósseo onde o TCRP auxilia na manutenção, preservação e aumento da densidade e do conteúdo mineral ósseo.
Para que se inicie um programa de TCRP, independente do objetivo maior faz necessária uma junção de avaliações para que a periodização e prescrição dos exercícios possam ser realizadas.

Prof.º Esp.ª Fernando Dorigan
Coordenador do ICADE Brasil.

Referências:
• European Journal of Applied Physiology, v.89, n.6, p.555–563, 2003
• International Journal of Obesity and Related Metabolic Disorders, v.18, n.1, p.35-40, 1994.
• The Journal Strength Conditioning Research, v.18, n.1, p. 48-52, 2004.
• The Journal of Strength and Conditioning Research, v.18, n.3, p.730–737, 2004.
• American Society for Clinical Nutrition. 70:346–52, 1999.
• McMaster University, Appl. Physiol. Nutr. Metab, 2013.


POR: PROF.º RAPHAEL CARVALHO


O treinamento físico é de fundamental importância para as pessoas com doenças cardiovasculares (doença arterial coronariana), contudo, poucos são os profissionais que se capacitam para atuar de forma criteriosa e responsável com essa população. 

Para o tratamento das doenças cardiovasculares é necessário que o treinamento promova adaptações fisiológicas (como o aumento do VO2máx) que estão associadas à melhora do quadro clínico, funcional e saúde.

É importante salientar que o VO2 máx é uma variável fisiológica associada à saúde cardiovascular, melhora da qualidade de vida e redução da mortalidade.

Contudo, qual é a intensidade do treinamento mais eficaz para promover essas adaptações fisiológicas???? Alta ou Baixa intensidade???

A meta-analise publicada em 2015 e uma publicada em 2014 trouxeram grandes contribuições sobre o tema.

A meta-análise de Pattyn et al (2014) envolveu 206 pacientes com doença cardiovascular e demonstrou maiores aumentos do VO2 máx após treinamento intervalado de alta intensidade (↑ 20,5%) comparado ao treinamento contínuo de moderada intensidade (↑ 12,8%).

A meta-análise de Elliot et al (2015) envolveu 229 pacientes com doença cardiovascular (doença arterial coronariana) e verificou que o treinamento de alta intensidade (Intervalado) promove maiores aumentos no VO2 máx e Limiar Anaeróbio comparado ao exercício de moderada intensidade (Contínuo).

Contudo, ainda surgem dúvidas se o treinamento de alta intensidade promoveria “prazer” em ser praticado. As aspas foram colocadas porque o treinamento é desconforto, desajuste, desequilíbrio ao organismo, sendo assim, o prazer não é na hora, mas sim, após a sessão de treino.

O estudo de Jung et al (2014) comparou através de uma Escala de Prazer a realização de 3 protocolos de treinos na bicicleta (watts):

- Contínuo de moderada intensidade (40min a ~ 40% da potência pico).
- Contínuo de alta intensidade (20 min a ~ 80% da potência pico).
- Intervalado de alta intensidade (1 min a 100% da potência pico por 1 min de recuperação a 20% da potência pico. Tempo total foi de 20 min de treino).

Os resultados demonstraram que o treino Intervalado foi mais prazeroso (avaliado pós-exercício) e teve maiores resultados quanto à Preferência pela Modalidade de Exercício e Intenção para Prática.

Referências:
Elliott AD et al. Interval training versus continuous exercise in patients with coronary artery disease: a meta-analysis. Heart Lung Circ. 2015 Feb;24(2):149-57.


Jung ME et al. Where does HIT fit? An examination of the affective response to high-intensity intervals in comparison to continuous moderate- and continuous vigorous-intensity exercise in the exercise intensity-affect continuum. PLoS One. 2014 Dec 8;9(12):e114541.

Pattyn N et al. Aerobic interval training vs. moderate continuous training in coronary artery disease patients: a systematic review and meta-analysis. Sports Med. 2014 May;44(5):687-700.




ICADE – Instituto de Capacitação Desportiva do ChileA importância da capacitação e formação do profissional de Educação Física: você já procurou saber qual o profissional que prescreve seus treinos?


Nos dias atuais temos uma população média no Brasil de 205.188.000 (dados atualizados no dia 08 de dezembro de 2015, IBGE), ou seja, a cada 19 segundo nasce um brasileiro, pasmem!
Pensando neste montante, uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2012 constatou que 80% dos brasileiros são sedentários, em que segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde, 2012), 64% destes brasileiros estão com sobrepeso ou já em grau de obesidade (lembrando sempre que para avaliar o sobrepeso e obesidade é necessária aferição do percentual de gordura corporal com protocolos específicos e aparelhos fidedignos. A avaliação da quantidade de gordura intra-abdominal é a mais importante dentre elas).
Para que se tenha um parâmetro do caos de nossa população, dos 64% de brasileiros acima do percentual de gordura ideal, 10% das mortes causadas por doenças cardíacas, 14% das mortes causadas por diabetes, 14% das mortes causadas por câncer de mama (sim a obesidade provoca o câncer de mama!), 15% das mortes causadas por câncer de colón de intestino (OMS, 2012).
Com todos estes dados citados acima, pensamos: mas com um numero enorme de academias, parques, pistas de corridas, etc..., tudo que nos propicia uma prática de exercícios físicos, porque temos esta população doente? (o sedentarismo e a obesidade são considerados DOENÇA pela OMS desde 2012).
Vamos por partes. A primeira é a falta de tempo, a segunda é o não gostar de treinar em academia, a terceira é o indivíduo não procurar uma orientação de um profissional de Educação Física e a quarta e mais assustadora é, A MAIORIA DOS PROFISSIONAIS NÃO SABEM PRESCREVER TREINAMENTOS ESPECÍFICOS PARA CADA INDIVÍDUO! (pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo).
O que vemos é um montante de Profissionais se preocupando com seu próprio ego e prescrevendo para seus clientes exercícios impróprios para sua individualidade biológica! Vemos também indivíduos que acompanham prescrições e redes sociais totalmente incorretas e errôneas. Profissionais que “colam” prescrição de treinamentos de redes sociais e reproduzem a seus clientes. Outros profissionais da Saúde prescrevendo exercícios para seus pacientes...como? Se este profissional não sabe o básico de Fisiologia do Exercício, Cinésiologia e Biomecânica!!!!! Vemos profissionais inventando exercícios escrupulosos que em curto prazo não acarretará nenhum problema (espero!), mas a longo prazo o individuo com certeza terá um prejuízo geral ao seu corpo.
Enfim, vemos a cada dia que a FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO DO PROFISSIONAL QUE CUIDA DE SUA SAÚDE TÊM QUE SER CONTINUA E PROGRESSIVA. Sempre que procurar um PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA procure primeiro saber de seu currículo, tanto na experiência quanto na ciência, pois este profissional nunca poderá parar de estudar.
Nós, eu me incluo nisto, PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA, temos a obrigação de saber o básico de prescrição de treinamentos para obesos, diabéticos, cardiopatas, enfim devemos cuidar, como uma opção não medicamentosa destes indivíduos que buscam qualidade de vida. Se você é um daqueles que apenas prioriza a estética, mal sabe que ela é apenas uma soma de vários outros fatores.
É por isso que o ICADE Brasil está através de curso de capacitação habilitando profissionais interessados em qualificar seu trabalho para seu futuro.
“ANTES DE INICIAR QUALQUER EXERCÍCIO FÍSICO, CONSULTE UM PROFISSIONAL ESPECIALIZADO E CAPACITADO A PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS”

PROF.º ESPª. FERNANDO DORIGAN
DIRETOR EDUCATIVO DO ICADE INTERNACIONAL
COORDENADOR DO ICADE BRASIL

MAIORES INFORMAÇÕES PARA CURSOS E PALESTRAS: icadebrasil@gmail.com